domingo, 4 de maio de 2008

Célica

Piso firme no piso CHÃO
Telúrica Soul
Alma com cheiro de Terra Molhada
Pupila dilatada de manguezal

O mangue fica cheio, e eu retorno a ser pupila minha
E dele aprendiz
O mar dança com a translação do meu olhar
Grandes rotações
Os coqueiros ficam tão altos que meu braço se estica
Estado de graça é o meu lugar...

My relatives are the sun the air

Do Céu a areia massageia pé e cabeça
Preta de queimada da pirofagia quero o suco e a seiva
Preta de terra da lama do mangue quero o gosto
E das caravelas, as velas!

Pra eu poder navegar nas folhas úmidas
Verdes claras até escurecer
Telúrica Soul!!!


Meu tempo agora vai ser companheiro
Eu estou a flutuar dentro do ângulo de visão horizontal
(Saí da vertical)
E agora
Meu leito é de água
Minha vista é de firmamento
Firmamento primeiro manifestado em folhas submersas de céu
Milhares de folhas minúsculas em galhos de variadas dimensões e camadas

Agora a luminosidade do Mangue me penetra a face miúda e continuo flutuando
Agora a maciez da lama me invade a consciência através das palmilhas dos pés

Telúrica essência.
Amplidão.

(Daniela Pessôa)
Recife, 11 de fevereiro de 2008


Em breve lançarei essas e outras poesias!

2 comentários:

Unknown disse...

Daniii essa poesia me leva pro mar
ela é linda
te adoro mulher

=****************************

Daniela Pessôa disse...

Vc me levou pro Mangue e aí essa poesia flutuou até os dias atuais e levou vc pro Mar. Que Célico.